A presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta quarta-feira (30), uma velocidade de navegação de 50 megas na internet para os brasileiros, a exemplo do que acontece na Coreia do Sul. Ela admitiu que, para alcançar esse objetivo, o governo teria que entrar com recursos, em parceria com empresários.
— Eu luto por uma internet que tenha condições de chegar ao padrão da Coreia do Sul, com 50 megas de capacidade. Para atingir isso, eu também sei que o Estado vai ter de entrar com uma parte. Nós não pretendemos nem dirigir o negócio nem controlar o negócio, no sentido empresarial da palavra. Pretendemos fiscalizar para onde vão os recursos públicos, mas não se trata de estatizar o serviço.
As declarações foram dadas durante sabatina promovida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em Brasília. Durante o debate, os industriais pediram que a presidente, candidata à reeleição, firmasse um compromisso com a criação de um ambiente de negócios no País.
Dilma ressaltou que, se for eleita, vai manter o diálogo com os empresários e se comprometeu a discutir as 42 propostas encaminhadas pela CNI aos candidatos à presidência da República.
A presidente foi a terceira candidata a ser sabatinada pelos empresários. Durante a manhã, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) também foram questionados sobre as propostas para o setor industrial do País.
Reforma tributária
Uma das principais demandas do setor, a reforma tributária foi abordada pela candidata como uma prioridade de seu próximo mandato caso saia vitoriosa nas urnas. A reformulação da cobrança de impostos é amplamente defendida por seus dois principais adversários, Aécio e Campos.
— Nós daremos prioridade à agenda da reforma tributária. Nós tentaremos sempre uma reforma abrangente, mas iremos perseguir essa reforma mesmo quando a conjuntura não for a mais favorável. Nós temos consciência que urge a simplificação do PIS-Cofins (Programa de Integração Social - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), sabemos da importância de conduzir a mudança na legislação nesse sentido.
Na avaliação da presidente, o setor industrial poderia ter sofrido ainda mais os efeitos da crise mundial caso o País não houvesse “promovido o maior volume de desonerações tributárias das últimas décadas”.
Novo ciclo
O argumento central da apresentação de Dilma aos empresários foi de que seu governo gerou um ciclo de crescimento econômico que será aprofundado caso ela seja reeleita.
— Vamos entrar em um novo ciclo, porque criamos a base. E esse será o ciclo da competitividade.
No discurso incial, antes de ter início a série de perguntas, Dilma estourou o tempo estipulado pela organização do evento e foi cobrada pela apresentadora. Com senso de humor, ela pediu mais três minutos de fala e fez sua defesa.
— A minha situação é diferenciada. Eu tenho que dizer o que eu fiz, não é só que eu vou fazer. Porque se eu fiz, eu sou capaz de fazer.