Investimento público de R$ 1,76 bilhão (contra R$ 280 milhões em Pequim-2008), duas medalhas a mais (17 contra 15) e seis finais a menos (35 contra 41). Pelo menos em números, este é o resumo da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres. O Reino Unido, terceiro no quadro de medalhas com 29 medalhas de ouro, gastou R$ 1,6 bilhão. Ou seja, R$ 160 milhões a menos do que o Brasil, 22º com três medalhas de ouro.
Não parece ser o número de medalhas olímpicas, mas sim o desenvolvimento de políticas públicas focadas no esporte educacional, o fator essencial à formação de uma cultura esportiva no País: apesar de encher de orgulho os brasileiros, conquistas esporádicas e comumente devidas ao talento nato de alguns atletas excepcionais pouco ajudam a fomentar suas respectivas modalidades.
Reflexões à parte, o desempenho do chamado Time Brasil em Londres-2012 não corresponde ao investimento realizado. Sobretudo pelo fato de tal investimento ter privilegiado o esporte de rendimento, o único que pode produzir resultados imediatos.
Perguntar não ofende: não seria preferível fortalecer a base do esporte nacional, e contribuir efetivamente com a formação de jovens competidores, a injetar dinheiro público em alguns atletas de ponta?
A resposta, aparentemente evidente, encontra um entrave do ponto de vista prático: os resultados obtidos com investimentos na base, apesar de mais amplos e inclusive relacionados a inclusão social, não se verificam após quatro anos. É preciso de tempo. Problema sério para um país dotado de dirigentes e governantes ávidos por glórias de curto prazo.
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