Veneno armazenado no departamento da saúde sanitária,Hospital Reinaldo Guerra,município de Cajati,Vale do Ribeira,pode ter contaminado funcionários da saúde local Francisco de OliveiraReortagem local
Reportagem local
Francisco de Oliveira
Mesmo sabendo do perigo e do efeito danoso que o veneno" Malathion"de combate a dengue causa
a saúde humana,a direcção do hospital Reinaldo Guerra,município de Cajati,Vale do Ribeira,acabou armazenando no departamento o veneno onde trabalham os agentes de saúde.De acordo com informações do departamento de saúde há suspeita de que funcionários podem estar contaminados pelo efeito do veneno.Nesta ultima terça feira as 1400 horas,em reunião realizada pela saúde local o caso foi questionado e devera ser apurado. nos próximos dias.As pessoas contaminadas pelo efeito do veneno podem desenvolver varias doenças e até levar a morte conforme nossas pesquisas acompanhe/ a seguir
Pessoas contaminadas pelo veneno malathion sofrem
desesperadamente em busca de reabilitação
Malathion: vítimas reclamam da falta de atendimento
Contaminadas há mais de sete anos pelo pesticida Malathion - utilizado no Centro de Saúde de Carapina, na Serra, para eliminar focos da dengue - as vítimas do envenenamento ainda sofrem graves conseqüências provocadas pela irresponsabilidade dos que manusearam o produto sem respeitar as normas de aplicação do agente químico. Na época, 11 pessoas morreram e aproximadamente 150 acabaram intoxicadas. No organismo, o Malathion afeta o Sistema Nervoso Central, causa problemas no cérebro e em outros órgãos vitais, contribui para o desenvolvimento do câncer, além de atrapalhar a formação do feto.
Após descobrirem que estavam contaminados, os funcionários contratados pela prefeitura da Serra, pelo Governo do Estado e pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa) recorreram ao Poder Judiciário, na tentativa de serem indenizados. A Justiça Federal determinou que o município ficaria responsável pelo tratamento toxicológico. Já o governo e a Funasa teriam que arcar com as despesas dos tratamentos adicionais, como preventivos contra o câncer, acompanhamentos cardiológicos e exames bucais. No entanto, as vítimas continuam enfrentando sérios problemas de saúde e confessam não receberem nenhuma ajuda do governo e da Funasa desde Abril de 2002.
Aos 43 anos, a auxiliar de serviços gerais Terezinha de Oliveira Bissa, contaminada pelo veneno, precisa ser submetida a um tratamento na gengiva. A doença fez com ela fosse internada recentemente. Sem condições financeiras, ela espera que o governo cumpra a determinação judicial. "Eu preciso do tratamento dentário. O governo está sempre empurrando. O poder estadual falou que firmou contrato com uma faculdade particular, que nos enrola também. Há pouco tempo eu fiquei internada por causa de uma hemorragia na gengiva que acabou afetando o estômago", declarou Terezinha.
Lutando contra uma infecção na boca e sem alguns dentes, dona Maria Aparecida dos Santos precisa fazer uma radiografia bucal para iniciar o tratamento dentário. Aos 61 anos ela está impedida de realizar o tratamento pois não possui condições financeiras. "O maior problema são os meus dentes, que estão caindo. Cada hora falam para eu procurar um lugar", explicou Maria.
Além de enfrentar problemas dentários, dona Maria das Graças está com um nódulo na tiróide e com deformações no coração, decorrentes da contaminação com o Malathion. Ela precisa, em caráter de urgência, ser submetida a vários tratamentos médicos, mas o governo não liberou o dinheiro, apesar da determinação judicial. "Com todos esses problemas eu não consigo atendimento pois o governo não arca com as despesas", disse das Graças.
Na época da contaminação, a funcionária pública Carmem Lúcia estava grávida. O filho nasceu com sérios problemas neurológicos, mas não está recebendo o tratamento adequado em função do descaso do governo. "Meu filho está com problemas na escola. Está sofrendo esquecimentos e chegou a ficar reprovado na escola este ano", salientou Carmem Lúcia.
O advogado Maurício da Costa Gomes, responsável pela defesa de 34 vítimas do veneno, revela que o Governo Estadual e a Funasa estão descumprindo várias determinações judiciais. "Em relação ao Estado eles estão tangenciando as ordens judiciais, inventando entraves burocráticos para que, por exemplo, o médico toxicologista forneça laudos que não são da competência dele. Eles marcam exames com seis meses de antecedência, sendo que o juiz determinou que as vítimas não esperassem mais de cinco dias. Muitos exames não estão sendo realizados na rede privada, conforme determinação da Justiça, mas sim no SUS, que carece de alguns equipamentos. Já a Funasa não faz nada e diz que a competência do órgão é cuidar de índio e saneamento básico", revelou o advogado.
Maurício da Costa Gomes ressaltou ainda que solicitou à 3ª Vara da Justiça Federal, onde o processo está tramitando, que aplicasse uma multa no Poder Público pelo descumprimento da lei. No entanto, o advogado garantiu que até o momento a Justiça não estabeleceu nenhuma punição.
Diante da contaminação, o Centro de Saúde de Carapina chegou a ser fechado por determinação judicial. Na mesma época, técnicos da Unicamp vieram ao Estado e fizeram uma vistoria no local. Imediatamente mandaram retirar todo o reboco das paredes, devido à alta concentração do pesticida no centro de saúde. Atualmente, segundo moradores da região, o local está funcionando normalmente.
Na tarde deste sábado a reportagem tentou entrar em contato com o Governo do Estado, a prefeitura da Serra e a Funasa, para que pudessem falar sobre o assunto, mas os telefones não atendiam.
Fonte gazeta olaine
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